Fumantes passivos

Fumante passivo é o não-fumante (e aqui as crianças também estão incluídas) que convive com fumantes em ambientes fechados. Eles ficam expostos aos componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco, que contém praticamente a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante. Saiba que são cerca de 4000 compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos. Por isso as leis proibindo fumar em ambientes fechados. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição tabagística ambiental é a maior fonte de poluição em ambientes fechados e o tabagismo passivo, a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool (Ministério da Saúde) .

Então faz mal sim fumar perto de crianças, além do fato que não pode ser ignorado: as crianças aprendem muito mais com o que a gente faz do que com o que dizemos para ela fazer. 

Você gostaria que seu filho fumasse? 

Não adianta a gente fumar e dizer para a criança que isso faz mal, que ela nunca deve fumar… Se queremos mesmo proteger nossos filhos deste mau hábito, não fumar é o melhor começo! As chances de uma criança que vive em um ambiente com pessoas fumantes também fumar no futuro é maior!

Uma equipe de pesquisadores do Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center in Pediatrics realizou um estudo para propor uma visão intergeracional prospectiva do impacto do comportamento de um pai sobre o risco de fumar em seus filhos adolescentes. Os resultados sugerem que a interrupção do tabagismo dos pais no início da vida de seus filhos é fundamental para prevenir o hábito na próxima geração. Mais de 400 pais e seus filhos adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, foram entrevistados no início do estudo. As crianças ainda foram questionadas mais duas vezes, um ano depois e, em seguida, cinco anos depois. A pesquisa mostra que quanto mais anos uma criança for exposta à nicotina por um dos pais, maior o risco de que, quando adolescente, comece a fumar ou experimentar cigarros, diz o principal autor da pesquisa, Darren Mays.

Outro detalhe importante é que mesmo depois de apagar o cigarro, ainda ficam partículas tóxicas nas mãos do fumante e no seu hálito, que são liberadas e são contaminantes. Por isso se orienta lavar bem as mãos e a boca antes de retornar ao contato com as crianças. 

Eu sei que a maioria dos tabagistas gostaria de parar de fumar, alguns já tentaram sem sucesso algumas vezes. Mas convido quem se encaixa neste grupo a dar mais uma chance para sua saúde e para o seu dinheiro. Já pensou em quantas outras coisas incríveis poderiam investir esses recursos, com mais fôlego de vida e disposição, trazendo um melhor exemplo paras as próximas gerações. 

Assiste o video a seguir, e se você fuma, procure amigos que te ajudem nesse processo, profissionais de saúde e grupos de apoio. 

Tenho certeza de que não se arrependerão, um beijo, Dra Tati Lemos

Desmamar não é “des”amar!

Falar em desmame precisa deixar de ser um tabu. Mesmo quem defende o aleitamento materno (e eu tô nessa aqui viu gente!), precisa abordar esse tema. 

Desmamar não é “des”amar. Ele faz parte do processo da amamentação, e quanto mais bem resolvido for para a mãe e o bebê, melhor. 

O primeiro ponto importante é que orientamos o aleitamento materno exclusivo até seis meses de vida, prolongado por pelo menos dois anos ou mais. Isso mesmo, até os seis meses o neném não precisa de chás, sucos, água, frutas, nem comida. 

O acompanhamento pediátrico de rotina vai te garantir se o ganho de peso, a estatura e o desenvolvimento estão adequados, e no sexto mês a introdução alimentar saudável vai complementar a amamentação, que não precisa ser abandonada aqui. 

Mesmo que a mãe volte a trabalhar fora, pode extrair seu próprio leite e com todos os cuidados, outra pessoa oferecer ao bebê enquanto ela está fora. Em outra oportunidade faremos um post sobre esse tema! 

Mas quando pensamos no desmame, precisamos levar em conta as duas pessoas envolvidas aqui: a mãe e o bebê. 

Quero te convidar a assistir o vídeo a seguir e refletir nas verdadeiras motivações para o desmame. Muitas vezes é apenas a falta de rede de apoio para que o aleitamento possa seguir um pouquinho mais, trazendo benefícios aos dois. 

Estudos recentes premiados mundialmente do Dr Cesar Victora apontam a relação entre QI maiores e salários mais altos na vida adulta entre as crianças amamentadas por mais tempo, você sabia? Sim!!! Há muitos motivos para amamentar seu filho. 

Mas se esse tempo chegou ao fim, não se culpe! Deixar de amamentar não é deixar de amar. Aliás, nenhuma mulher é menos mãe porque desmamou ou porque não amamentou. 

Um bom desmame começa com uma boa amamentação, então, que seja gentil, bem resolvido no coração de vocês, e não aconteça pela falta de informações ou de apoio, que seja no seu tempo! 

Um grande beijo, Dra Tati Lemos .

Ladrões do tempo: distrações

O tempo é o bem mais valioso dos nossos dias. É o recurso mais importante que você possui. Não pode ser recuperado, mas pode deixar de ser perdido… Já vamos ficar no lucro. 

Você já percebeu quanto dele é desperdiçado em atividades que não nos acrescentam nada? Este é um assunto muito sério, por isso vamos dedicar alguns vídeos para refletir sobre ele. 

Não vamos confundir: dormir, ter um tempo de descanso, pernas pra cima e serenar a mente para sentir a brisa do vento e ouvir o som do mar não é desperdício de tempo. A gente precisa tanto descansar como precisa se movimentar. As férias não devem ser vendidas, elas devem ser desfrutadas… Isso porque nosso corpo e nossa mente precisam de pausas, de momentos onde recuperam as energias e a disposição para a próxima jornada. Quando dormimos sedimentamos os conhecimentos adquiridos, o cérebro organiza a mente, hormônios importantes para o pleno desenvolvimento do corpo são secretados. A fadiga, o stress e a privação de sono nos tornam na verdade mais improdutivos, e nesse engano do “ídolo da produtividade” tem encarcerado muita gente. Seja livre!

Há no entanto, alguns comportamentos que tem roubado o nosso tempo todos os dias, e hoje vamos falar das distrações. Ela significa falta de atenção, alheamento, irreflexão. 

No meio do caminho que a gente já tinha entendido que seria a prioridade do dia, mas facilmente nos perdemos em conversas fúteis, “rola-tela” do celular, espia stories de celebridades, só mais uma chegadinha no WhatsApp… quem nunca né? E o tempo se foi! 

As vezes alguém já estava pronto para o trabalho bem cedo, mas mergulhou nas redes, e as mares o levam pra tão longe que quando a pessoa percebe, agora já está atrasada. 

É claro que viver como um robô engessado em roteiros inflexíveis e insensíveis às circunstâncias ao nosso redor não vai fazer a vida de ninguém melhor. O belo merece ser contemplado, o “gato acariciado no caminho”, como diria Jordan Peterson (no livro 12 Regras para a vida, vale a leitura),… Um banho de chuva com as crianças nem estava nos planos daquele dia, mas pode ser incrível. Sem contar nas vezes que aquela voz do seu coração te impulsiona a perguntar de verdade para alguém: como você está? Essa pergunta tão corriqueira pode requerer muito do seu tempo. Se você entende que precisa parar para dar atenção a coisas que tem valor, que são importantes, vai fundo! 

Mas cuidado com as distrações sem propósito, que consomem nosso bem mais valioso, que deveria ser compartilhado com as pessoas e com os projetos que tem valor de verdade para o nosso coração. 

Por aqui eu precisei fazer algumas mudanças que foram libertadoras. Tirei todos os alertas e avisos de mensagens de redes sociais. Quando entro eu vejo quem e o que escreveu. Do contrario, não fico mais naquela “agonia” de checar as atualizações. Se for urgente mesmo, me ligam. Ainda tenho muito para melhorar, mas foi um grande avanço na gerência do meu tempo. 

Descubra as suas distrações e tome uma atitude sobre elas também. Viva seu tempo. 

Um beijo, Dra Tati Lemos. 

Esteja completo onde você está!

Como você se sente se alguém te atende em uma loja mas não olha em seus olhos, e fica respondendo uma mensagem do celular? Ou seu médico atender uma ligação no meio da sua consulta para bater papo com alguém? Ou você está conversando com seu filho sobre algo importante e ele não tira o olho do jogo do videogame? É frustrante percebermos a atenção do outro dividida. Naquele momento em que estamos sendo atendidos é grosseiro que alguém fale com contra pessoa ao mesmo tempo se não for algo urgente, por exemplo. 

Mas você já se percebeu dividido também? Eu já… muitas vezes. É uma cilada achar que a gente dá conta de tudo ao mesmo tempo, não conseguir separar o que é prioridade do que é importante, e achar que faremos melhor se dedicar uma migalha de nós a muitas coisas simultaneamente.

A questão é que sempre justificamos nossa necessidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, pois todas seriam importantes e precisariam da nossa atenção naquela hora! 

Na verdade temos problemas em entender o que é importante e o que é prioridade. Temos muita coisa importante, muita mesmo! Mas decidir as prioridades, o que não pode deixar de ser feito, é um exercício que a gente precisa fazer mais. O que é prioridade pode as vezes nem ser o mais importante compromisso do seu dia, mas exige sua atenção naquele momento, e pronto! 

Então, decidido o que vem primeiro, dedique-se a isso. Faça por completo, resolva a situação, dê atenção a essa atividade. Especialmente quando falamos sobre as pessoas que amamos, a atenção dividida é muitas vezes compreendida como negligência e ofensa. Não se engane, não é tempo de qualidade o jantar em família onde cada um rola a tela do seu celular, ou responde as perguntas dos porque dos filhos de 4 anos enquanto assiste o seriado do Netflix. Olhar nos olhos de quem conversamos é uma parte indispensável desse diálogo. 

Outro ponto importante é que somos espelhos para as novas gerações, que tão cedo já estão incrivelmente desatentas, cheias de atividades e multitarefas, com extrema dificuldade de atenção e concentração, achando que é normal comer respondendo mensagens do celular, fazer a aula online enquanto lava a louça, tentar dormir enquanto olha o celular… 

Por mais que sejamos responsáveis por muitas coisas, não somos capazes de fazer tudo ao mesmo tempo com qualidade. Algo vai sofre muito aqui: ou suas tarefas, ou você e seus relacionamentos! Desfrute de cada momento, faça com excelência o que elegeu como prioridade, e com freqüência reveja essa lista aí. Algumas coisas vão precisar mudar de lugar. 

Por aqui sigo minha busca pessoal também, um beijo para você e sua família. 

Com carinho, Dra Tati Lemos 

Perder cabelo é normal?

Andam perdendo os cabelos por aí?

Podemos perder em algumas épocas até 100 fios por dia, e isso ser normal. Mas se você perceber um aumento nesta queda, ou principalmente áreas especificas sem cabelos, ou lesões e feridas em couro cabeludo, uma avaliação médica é indispensável 

Vamos lembrar aqui que as mamães que amamentam apresentam uma queda de cabelo bem importante, assim como seus pequenos bebês, nos primeiros meses de vida. 

Vou deixar algumas dicas práticas de como cuidar dos pequenos dos pés à cabeça. 

📍 Evite cabelos presos o dia inteiro e penteados sob muita tração, pois isso aumenta a queda e quebra dos fios. 

📍 O verão pode trazer um pequeno aumento da queda, pela aceleração de crescimento que ocorre neste período do ano. 

📍 Não deixe de cabelo molhado, o couro cabeludo precisa secar bem para manter a raiz saudável evitando a infecção por fungos, isso pode levar até 48h. Então se possível, não lave os cabelos todos os dias. 

📍 Use cremes de pentear nos cabelos mais cacheados para evitar que arrebentem ao desembaraçar, preferindo pentea-los úmidos. 

📍 Evite a água muito quente no couro cabeludo. 

📍 Não use produtos químicos (nem para tratar piolhos) sem orientação medica no cabelo dos pequenos. Alem do risco de serem tóxicos, podem trazer danos também. 

📍 E a alimentação variada e saudável, rica em vitaminas e minerais também é responsável por uma saúde de todo o corpinho deles, dos pés à cabeça. 

📍 E por fim, a queda de cabelo frequentemente está associada à questões emocionais, incluindo a tricotilomania, o hábito de puxar os fios e arrancar os cabelos compulsivamente. Então esteja atento ao estado emocional dos pequenos. Porque o que vai do lado de dentro da cabeça, também reflete do lado de fora ne? 

As causas podem ser múltiplas, e às vezes a consulta com seu pediatra ou dermatologista pediátrico será necessária para o diagnóstico e tratamento corretos. 

Se ficou alguma dúvida ainda, deixe aqui nos comentários ou sugira o tema do próximo post. 

Com carinho, Dra Tati Lemos

ADOLESCÊNCIA E PUBERDADE

Adolescência e puberdade não são a mesma coisa. Embora caminhem juntas em grande parte do tempo, elas se referem a coisas diferentes. 

A puberdade é o conjunto de transformações que acontecem no corpo, uma transição impactante, preparando-os para a vida adulta e reprodutiva. É quando surgem os caracteres sexuais secundários (aparecimento das mamas, pelos pubianos, mudança de voz dos meninos, etc), eles tem a aceleração do crescimento, e o inicio das funções reprodutivas. 

E a adolescência é definida pela OMS como o período de vida dos 10 aos 19 anos de idade. O estatuto da criança e do adolescente já traz um conceito um pouco mais restrito, na faixa etária entre 12 e 18 anos. Então, podemos ter em casa uma criança de 6 anos em franca puberdade, e um adolescente de 12 ainda sem nenhum sinal de maturidade sexual. 

E o que é normal? Quando procurar ajuda? 

Habitualmente as meninas entram na puberdade antes dos meninos, a partir dos 8 anos. Começam com pelos pubianos em regiões genitais e axilares, odor axilar, acne e o broto mamário. É comum que a mama direita e esquerda cresçam em velocidades discretamente diferentes, e a dor local também é normal. Caso surjam sinais de puberdade antes desta idade (8 anos nas meninas), podemos estar diante de uma puberdade precoce, que sempre exige uma avaliação médica para descartar doenças, avaliar o crescimento e a idade provável da primeira menstruação. 

A “menarca” é o primeiro episódio da menstruação das meninas, e marca muito essa fase, geralmente em torno dos 10 aos 14 anos de idade, acontecendo em torno de 2 anos após o aparecimento dos primeiros sinais do broto mamário e pelinhos pubianos.

Nos meninos, a puberdade inicia de forma normal um pouco depois, aos 9 anos. Neste caso, o surgimento de pêlos pubianos e/ou axilares e o/ou o aumento dos testículos antes dessa idade também requer avaliação médica criteriosa. Eles também apresentam pêlos faciais, mudança na voz, acne, e transformações no padrão dos grupos musculares. 

A ocorrência da puberdade precoce é bem mais frequente nas meninas e comumente não tem causa definida, mas quando ocorre nos meninos, é mais provável que esteja realmente ligada a condições que exijam tratamento, incluindo a possibilidade de certos tipos de tumores. Fique atento!

Quando a puberdade acontece tardiamente, também precisamos avaliar as prosáveis causas e os tratamentos disponíveis, mas essa situação é menos comum, e costuma estar ligada a fatores genéticos. 

O diagnostico de puberdade precoce está mais comum, talvez em parte pela maior informação que as famílias acessam, lembrando não podem deixar de lado o acompanhamento pediátrico dos adolescentes só porque não ficam mais doentes com tanta freqüência como na idade pre-escolar. Outro fator a se considerar são os desreguladores endócrinos (aquelas substâncias químicas, naturais ou sintéticas que tem a capacidade de interferir na ação dos hormônios, como agentes presentes em plásticos, cosméticos, inseticidas, etc), aos quais as crianças estão cada vez mais expostas desde a gestação, mas isso é assunto para um novo post! 

Então, fique de olho no desenvolvimento dos seus filhos também nesta fase. Eles já são responsáveis pelo auto cuidado, não gostam de ficar nus em frente ao pais e também tem resistências às consultas medicas, mas precisamos manter o vínculo e o cuidado da sua saúde neste momento tão sensível do seu desenvolvimento. 

Com carinho, Tati Lemos. 

Tem algum livro para indicar para o meu filho?

Oi gente. Como recebo este pedido! E acho incrível ver pais desejosos de ver seus filhos mergulhando no bom hábito da leitura, e interessados no conteúdo do que acessam. A leitura estimula a criatividade, empatia, o vocabulário, etc.

Encontro alguns frustados porque seus filhos adolescentes não se interessam em conteúdos densos, ou ainda crianças e só querem apenas livros com muitas figuras, dinossauros ou princesas. 

Mas calma lá! Vamos refletir sobre alguns pontos. 

O primeiro e mais importante é saber como ele tem se relacionado com os livros. Se interessam por eles? Gosta de folhear, passa algum tempo lendo? Esse é o começo de tudo. 

Caso sua resposta seja negativa para esta questão, a gente precisa tocar em outro ponto: como é seu hábito de leitura? Seu filho te vê lendo? Tem acesso a livros na sua casa? Lembre que o exemplo arrasta… que aprendem mais com o que fazemos e a forma como fazemos do que com as ordens que lhes damos. 

Experimente isso. Convide para que leiam juntos, seja o mesmo livro ou não. Leve-o desde pequeno para explorar uma livraria, um sebo, invista nos livros desde que sejam bebês, e este hábito fará parte dele. 

Frágil! Manuseie com cuidado…

Crianças merecem respeito! 

Não podemos nos esconder atrás da intenção de educar bem uma criança quando as tratamos sem educação…

Frequentemente encontramos adultos descontando nos pequenos um dia difícil, sem paciência e coerência com os fatos, puxam, empurram, gritam, humilham as crianças com a fala de que seria tudo para que eles se tornassem adultos melhores. 

Crianças aprendem, mas precisam ser ensinadas. 

Então aproveite as oportunidades de cada dia para se conectar com eles! Ao invés de sempre exaltar o que não deveriam fazer, experimente apresentar outras alternativas a eles, perguntar como poderiam fazer aquilo diferente, dar a autonomia para que entendam um novo caminho. 

A disciplina positiva e a educação com respeito não podem ser privilégio de poucos, mas é direito de todos. 

Eles aprendem muito mais com o que fazemos e a forma como fazemos, do que com as ordens que lhes damos, ainda que a gente faça cara de mau!

Eu sei que são tantas demandas que perdemos o equilíbrio algumas vezes, por isso compartilho esse vídeo hoje. Para que a gente reflita e escute nossas palavras, se enxergue pelos olhos dos nossos filhos, e perceba se temos tratado as crianças com o respeito que merecem… 

Eles são a geração do futuro, e estão em nossas mãos! Manuseie com segurança. 

“Esse meu ouvido tá falando!” E como nosso corpo fala ne?

“Tia Tati, esse meu ouvido tá falando”

Assim um pequeno de 3 aninhos de idade conseguiu me explicar que após um quadro gripal, ele estava congestionado e com dor de ouvido numa consulta de emergência. 

Eu fiquei com aquela frase ressoando de mim. Porque sim, o nosso corpo fala!

Primeiro ele susurra, nos dá dicas! Uma dorzinha aqui, um sintoma diferente, um cansaço além do seu normal, geralmente os alertas são lançados para que a gente observe, dê atenção, e faça a “manutenção” dessa máquina incrível que é o nosso corpo. Ele também precisa.

Mas nos fazemos de surdos tantas vezes que ele precisa gritar pra ser ouvido… Sempre tem um compromisso antes de agendar uma avaliação médica, outras coisas para comprar antes de pagar um medicamento, outras coisas para fazer antes de praticar atividades físicas, coisas mais rápidas para comer antes de passar na feira e preparar todos os legumes e verduras frescos! Também dificilmente sobra tempo para um café com as amigas, ler um livro ou não fazer nada! Dormir então… nossa geração de gaba por sabotar sua própria saúde física e mental! 

Mas então após uma estafa, um colapso, um diagnóstico reservado, a perda de um ente querido, ou um livramento de morte, a gente repensa os hábitos, o estilo de vida e de relacionamentos, e dá outro sentido aos nossos dias. 

Abra os olhos e os ouvidos para si. Escute o seu corpo. Perceba o que ele está te dizendo hoje a respeito da forma como você o tem tratado e alimentado, e o que pode fazer para melhorar esse relacionamento essencial: consigo mesmo! 

Cuidar de todo mundo não pode ser a justificativa para negligenciar sua própria voz. 

Qual a freqüência das consultas pediátricas?

Nós adultos costumamos procurar atendimento médico apenas quando doentes né… e muitas vezes apenas quando muito doentes! Isso não é o ideal, pois como a sabedoria popular já aponta há muito tempo, “prevenir é melhor do que remediar”. Muitos problemas podem ser evitados ou ter os danos minimizados pelo diagnóstico precoce ao exame médico de rotina.

Com as crianças especialmente, as consultas de rotina são indispensáveis para garantir um adequado monitoramento do crescimento e desenvolvimento que acontecem muito rapidamente nesta fase, acompanhar o calendário vacinal, a prescrição de ferro e vitaminas que sejam necessárias, etc. 

A primeira consulta deve acontecer ainda no ventre materno! Isso mesmo, no pré-natal, após as 32 semanas de gestação, se deve agendar a primeira consulta com seu pediatra, mesmo que já tenha a experiência de outro filhos e não deve e ser restrita ao pré-natal de alto risco. Todas as gestantes devem ter acesso porque “cada vez que nasce um bebê, nasce aqui uma nova mãe também!”. Neste momento os pais já podem antecipar algumas dúvidas e orientações que os deixarão mais seguros na chegada do recém-nascido. 

Ao nascimento, agendamos a consulta entre o sétimo e o décimo dias de vida. Se estiver indo tudo bem, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o acompanhamento pediátrico mensal pelo menos ate seis meses. De 6 a 12 meses de vida pelo menos a cada dois meses, e no segundo ano, a cada 3 a 4 meses de idade uma nova avaliação médica deve ser feita. 

Depois, pelo menos 1 a 2 vezes no ano é importante que toda a criança visite regularmente seu pediatra, acompanhe o momento do inicio da puberdade, o desenvolvimento fisico e emocional de cada fase, estando atentos para sinais de alerta ou a necessidade de avaliação complementar. 

Aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), é comum que haja um rodízio nos atendimentos das crianças pelos Médicos da Família e Enfermeiros das UBS (Unidades Básicas de Saúde) e os pediatras, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil para o Programa da ESF (Estratégia de Saúde da Família), que procura atender e vincular cada equipe com toda a família atendida naquela unidade. Mas isso não deve substituir o acesso das crianças ao profissional especializado no seu cuidado, o médico pediatra. 

É claro que ao surgimento de sinais e sintomas fora do período de consultas de rotina, uma nova avaliação precisa ser feita.

É interessante que percebemos um grande esforço em manter essas consultas periódicas das crianças principalmente no primeiro ano, mas há um relaxamento após o segundo ano, tanto das visitas medicas quanto ao acompanhamento do calendário vacinal. Então não deixe de lado esse cuidado tão importante para a saúde de toda a família, e aproveita para colocar o seu checkup em dia também, combinado!