Xixi na cama à noite, é normal?

A maioria das crianças consegue o desfralde do dia primeiro, continuando a usar fraldas à noite por mais tempo. Mas até quando isso é normal??

A enurese noturna é a perda involuntária de urina que ocorre durante o sono, normalmente assim classificada acima dos 5 anos de idade, quando se espera que as crianças já tenham atingido o controle completo dos esfíncteres. 

O transtorno é mais comum em meninos (3:1) até os 15 anos. Também mais frequente nas crianças da mesma família, ou seja, pode ter carácter hereditário. Aproximadamente 15% das crianças aos cinco anos sofrem com enurese noturna, e a cada ano de amadurecimento 15% dos casos se resolvem espontaneamente. No entanto, 8% dos meninos de 12 anos e 4% das meninas de 12 anos ainda apresentam o quadro. Destes, somente 1-3% dos adolescentes continuam com o transtorno.

O principal problema é o impacto social e emocional que essa condição traz à criança e sua família. O acompanhamento médico e muitas vezes psicológico também é importante para favorecer a compreensão e o adequado manejo da condição pelos familiares. É frequente castigarem, apelidarem e ameaçarem as crianças que sofrem com este problema, o que é totalmente contraindicado, uma vez que esse transtorno não acontece por desatenção ou ato voluntário.

A urina é produzida pelos rins e conduzida pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada. Quando a bexiga está cheia, envia ao cérebro uma mensagem e este torna consciente o desejo de urinar. Aqui alguns problemas destas etapas podem originar a enurese:

  • Diminuição da capacidade da criança de despertar durante o sono 
  • Redução na produção do hormônio anti-diurético, que deveria reduzir a produção de urina durante a noite
  • Redução da capacidade vesical (volume de urina que a bexiga pode suportar)
  • Bexiga muito reativa, que contrai e expulsa facilmente a urina, mesmo pequenos volumes armazenados

Acreditava-se que a origem da enurese seria sempre de ordem psicológica. Hoje, sabe-se que a enurese primária não ocorre por experiências negativas ou traumáticas. No entanto, são achados comuns a ansiedade e as dificuldades sociais (como evitar dormir fora de casa ou frequentar acampamentos escolares), diminuição da autoestima, sentimento de culpa e comportamento retraído. Tais manifestações são consequentes à enurese e, em geral, revertem-se com sua cura, especialmente quando ainda são muito pequenos e tem o apoio da família.

A enurese é classificada como primária quando a criança nunca alcançou o controle total da urina à noite, e secundária quando esse controle já foi atingido por pelo menos 6 meses consecutivos, e a criança então volta a urinar na cama à noite. Esse último caso pode relacionar-se a estresse, nascimento de um irmão, divórcio dos pais, dificuldades escolares ou familiares e muitas vezes é transitória. Outras doenças gerais ou do trato urinário podem também induzir enurese secundária ou ainda agravar a enurese primária. Por isso o acompanhamento médico é tão indispensável.

Dizer às crianças que sabem que elas não tem culpa é essencial. E também incentivá-las a participar das atividades sociais que muitas vezes são abandonadas por medo e vergonha. Recomenda-se ingerir mais líquidos durante o dia (cada 2 a 3 horas), o que reduz a sede à noite. Alimentos com cafeína (incluindo refrigerantes) e ricos em sal devem ser evitados no jantar. Fazer xixi a cada 2 a 3 horas deve ser incentivado, bem como a anotação diária das noites secas ou com perdas de urina, que permite reforço positivo e melhor acompanhamento dos progressos obtidos.

Quando indicado, podem ser prescritos tratamentos com medicamentos, fisioterapia, psicoterapia etc. Por isso, se seu filho apresenta algum dos sinais de alerta aqui descritos, procure atendimento médico o quanto antes, para conduzir adequadamente e evitar maior impacto desta condição sobre ele e sobre sua família. 

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Tem fimose? E agora?

“Bebê tem fimose! Tem que operar?” 

👩🏻‍⚕️🎬 essa dúvida assombra muitas famílias, porque mais de 90% dos bebês apresentam essa condição ao nascimento, e não é possível expor adequadamente a glande do pênis. 

A boa notícia é que destes, em torno de 90% resolve sozinho, sem a necessidade de intervenção. Não é necessário fazer massagens que ainda possam machucar a glande do pênis do bebê. Apenas mantenha sempre a higiene adequada e procure avaliação médica se perceber alguma dificuldade para urinar (como fazer força para que o jato urinário “rompa” o espaço para a urina passar).

O acompanhamento pediátrico vai garantir a vocês se há a necessidade de tratamento com pomadas e o período certo de iniciar, e encaminhar ao cirurgião pediátrico sempre que necessário. 

Não se desespere, na imensa maioria dos casos seu filho não vai precisar passar por um procedimento cirúrgico, e ser avaliado pelo cirurgião não significa que ele vai direto para a mesa de operações ok! 

Isso porque nem tudo o que parece fimose, é de verdade! Alguns casos são apenas aderências do prepúcio, isso significa que a pele ainda está “colada” à glande (cabeça do pênis), e nesse caso mantendo os cuidados de higiene, poderemos tratar após o desfralde do bebê apenas com cremes sem a necessidade da cirurgia. 

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Seu filho come demais, é ansiedade?

Vamos começar com a gente? Qual sua relação com a comida? 

Já percebeu que quando há algo alterado no emocional isso afeta a forma como a gente come? Alguns demais, outros de menos… Especialmente alimentos ricos em açúcar e gorduras são procurados por muita gente para aliviar as tensões hormonais, sentimentais, etc. 

Isso acontece porque se alimentar é muito mais do que mastigar e engolir um alimento. Trazemos conosco impressões de toda nossa história com a comida, e da nossa família também! 

Se era forçado a comer, se desde pequeno usava a comida como fonte de alegria ou compensação, se era daqueles que “comia para viver ou vivia para comer”. Você se lembra de como era sua relação com os alimentos na infância? Mesmo memórias inconscientes afetam diretamente seus hábitos alimentares no dia de hoje.

Há muito tempo que não comemos apenas por necessidades fisiológicas, mas também por prazer. E não há nenhum problema em você se sentir feliz depois de uma boa refeição. Mas sem dúvida, se precisa da comida sempre e cada vez mais para isso, se só encontra nela essa satisfação, algo está errado! E neste caso a ajuda de profissionais é necessária (médico, nutricionista, psicólogo, educador físico, etc). 

Por isso faz muita diferença uma mesa posta, a refeição em família, de preferência sem distrações como eletrônicos, introdução alimentar saudável, no momento certo, e mesmo que seja um prato bem simples, mas quando apresentado limpo e arrumadinho, pois já traz outra cara para o nosso apetite ne? 

Temos a grande tendência em repetir padrões de comportamento das pessoas que convivem com a gente, especialmente nos primeiros anos de vida. Então se ninguém come salada em casa, “roemos”uma coisinha o tempo todo, não sentamos à mesa e comemos sem perceber, de pé, assistindo televisão ou rolando a timeline do Instagram, há uma grande possibilidade de influenciar negativamente o relacionamento das crianças da sua casa com a comida. 

Se você perceber estes sinais, atenção:

  • Mastigam pouco o alimento. 
  • Referem estar sempre “morrendo de fome”, choram se você procura estabelecer os horários das refeições, etc
  • Ingerem grande quantidade de comida em pouco tempo.
  • Comem indiscriminadamente, sem fome, com estresse ou outra emoção negativa.
  • Mentem dizendo que não comeram, mas você encontra pacotes de comida abertos ou escondidos no quarto. 
  • Apetite exagerado por doces, guloseimas, fast foods, abandono do paladar por alimentos saudáveis. 

Estes são sinais de que você precisa parar e reavaliar a alimentação da família! A ajuda de profissionais médicos, nutricionistas, fonoaudiologos, psicólogos, entre outras, pode ser necessário também.

Algumas dicas podem ajudar:

  • O leite materno até os 6 meses é o alimento mais completo e indicado para o bebê.
  • Não ofereça açúcar para as crianças antes dos dois anos de idade, pois ele torna o paladar da criança seletivo e interesse no humor e ciclo de sono/vigília. 
  • Também evite o sal no primeiro ano, e ao introduzir, em quantidades mínimas. A comida pode ser temperada com outras opções naturais e saudáveis como alho, limão, manjericão, tomilho, alecrim e orégano. 
  • Estabeleça os horários e rotinas de alimentação da família. Combine antecipadamente, e com as crianças bem pequenas, os quadros de atividades do dia podem ajudar, mostrando figuras representando a hora de comer, tomar banho, dormir, etc. 
  • Priorize os momentos em família à mesa.
  • Evite usar a comida para distrair seus filhos, desde pequenos! (sim, muitos mais usam biscoitos e doces para ocupar as crianças quando precisam que esperem ou se acalmem, e depois esse mecanismo vai fazendo parte dos hábitos deles…).
  • Nos lanches dê referência às frutas e opções saudáveis. 
  • Mesmo se for muito simples, se dedique em servir à mesa com capricho, alegria e com alimentos saudáveis. 
  • Finalmente, olhe pra você e seus hábitos, a gente ensina muito mais pelo exemplo do que pelas ordens que damos. 
  • Se for preciso, recomece de onde está, em direção a uma vida mais saudável, feliz e equilibrada. 

Com carinho, Dra Tati Lemos. 

Pele seca! O que fazer?

Você percebe e a pele do seu filho seca, descamando, às vezes com lesões avermelhadas ou feridas pela coceira? Ele pode ter dermatite atópica, uma doença de diagnóstico clínico pelo seu pediatra, e que muitas vezes vai demandar o acompanhamento de um dermatologista pediátrico também. 

Alguns cuidados são importantes no tratamento das crianças com pele seca, entre eles:

  • Banhos preferencialmente rápidos e mais frios, pois a água quente do banho provoca um ressecamento da pele ainda maior.
  • Use produtos infantis e hipoalergênicos, preferencialmente sem perfume e Sen corantes para evitar possíveis alergias.
  • Dê preferência a usar o sabonete nas áreas mais sujinhas da criança (como axilas, genitais, pés, etc), e quando ensaboar logo enxugue e tire o bebê do banho. Quanto mais tempo ele permanece submerso na água cheia de sabão, as propriedades destes produtos vão retirando ainda mais a camada de gordura natural da pele, provocando maior ressecamento. E se estiver bem calor e quiser aproveitar a água um pouquinho para refrescar seu filho, deixe o sabão para o final do banho, e boa diversão. 
  • Aproveite o momento imediato após o banho para hidratar a pele do seu filho, pois a camada mais externa da pele (epiderme) está mais permeável e permite maior penetração do creme hidratante. 
  • Use de preferência tecidos naturais nas roupas das crianças, pois possibilitam melhor “respiração” da pele, absorvem a umidade corporal e são mais agradáveis ao toque, reduzindo o risco de associarmos a dermatite de contato. 
  • A ingestão de água é algo para prestar muita atenção também! Em torno de 60% do nosso corpo é formado de água, então para manter a pele hidratada, ingerir líquidos também é indispensável.
  • Estações extremas como o verão e o inverno vão exigir um cuidado redobrado na hidratação da pele das crianças, fique atenta! 

E caso seja necessário o uso de medicamentos para coceira ou lesões e feridas que apareçam, procure sempre a avaliação médica primeiro. 

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Com carinho, Dra Tati Lemos. 

Quando iniciar a introdução alimentar?

Ei! Bora segurar a ansiedade e aguardar os 6 meses para iniciar a introdução alimentar (IA) dos seus filhos combinado! 😍

Até o sexto mês de vida o leite materno é suficiente e completo para suprir todas as necessidades das crianças conforme as recomendações da Academia Americana de Pediatria, da Organização Mundial de Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria. E se for realmente necessário, pode-se complementar com fórmulas artificiais indicadas pelo seu médico. Bom lembrar que quando são prematuros, de acordo com a idade corrigida, a IA dos novos alimentos pode acontecer ainda um pouquinho depois, respeitando a maturidade do seu organismo e os sinais de prontidão de cada bebê! 

Sim! Porque embora ele pareça faminto ao ver vocês à mesa, a introdução precoce de alimentos além do leite pode induzir alergias e problemas digestivos, pois o processo de amadurecimento dos seus órgãos e sistemas não é o mesmo de um nascido a termo. 

Mas você já conhece os principais sinais de prontidão para avaliar a IA? 

Esses pontos são muito importantes porque quando não foram ainda atingidos, podem explicar algumas dificuldades iniciais, e te ajudar a conduzir com ele esse processo. 

Segue então:

  • O bebê já sustenta bem sua cabeça e preferencialmente senta firme sem, ou com mínimo apoio. 
  • Já está perdendo o reflexo de protrusão da língua e não empurra automaticamente os sólidos para fora da boca com a língua.
  • O bebê está pronto e disposto a mastigar.
  • Ele está desenvolvendo o movimento de pinça, começando a tentar pegar os alimentos ou outros objetos pinçando-os entre o polegar e o indicador. Usar os dedos para raspar e prender o alimento na palma da mão (preensão palmar) não substitui o desenvolvimento do movimento de pinça necessário neste momento.
  • Percebe que está ansioso para participar na hora das refeições e pode tentar agarrar comida e colocá-la em sua boca.

Sem essas habilidades, pode haver mais dificuldade e recusa no início da IA. O acompanhamento pediátrico de rotina vai garantir que possam aguardar ou lançar mão de outras alternativas ta bom? 

O importante é que esse momento seja temperado com opções saudáveis, no tempo adequado, e com paciência e amor. 

Assiste também esse vídeo, compartilhe com outras famílias, e juntos vamos cuidar da saúde das próximas gerações ❤️

Com carinho, Dra Tati Lemos

#pediatria #introduçãoalimentar #ia #blw #nutrição #aleitamentomaterno

Meu filho fala pouco, é normal?

“Meu filho fala pouco! É normal?”

👩🏻‍⚕️ Essa é uma dúvida recorrente, e é o assunto do post de hoje. 

O desenvolvimento da linguagem é um processo complexo, e começa muito antes das primeiras palavras claras. A primeira linguagem de comunicação é o choro, depois começam a sorrir, emitir sons… e pelos 6 meses eles iniciam a duplicação das sílabas (bababa, mamama, etc). 

E devemos interagir com eles desde sempre! Sim! Desde o ventre é importante conversar com os bebês, e a cada troca de fralda, mamada, banho, vamos explicando o que acontecerá, valorizando e estimulando a comunicação, que vai muito além das palavras…  O contato visual, os gestos, a interação e os sons que emitem fazem parte desse aprendizado incrível. 

Ao redor dos 18 meses começam a formar as primeiras frases, juntando as palavras como “mamãe colo”, “papai água”, e aumentam o repertório das palavras. 

É importante estar de oho no desenvolvimento do seu filho. Algumas crianças tem atraso na linguagem verbal, mas apresentam excelente interação com os adultos e outras crianças, apontam o que querem, compartilham situações, dão tchau, mandam beijinhos, atendem quando as chamamos pelo seu nome, então precisam apenas serem estimuladas na linguagem verbal também. 

Algumas coisas podem estar atrasando esse processo: 

📍 Quando nos antecipamos muito a eles, oferecendo tudo enquanto apenas maneiam a cabeça fazendo sinais que sim ou não. 

📍 O uso dos bicos que interfere na posição da língua e inibem a articulação das palavras. 

📍 O excesso da exposição às telas, onde as crianças ficam apenas como espectadoras dos diálogos. 

Conhecer o que ajuda e o que atrapalha, cedo detectar possíveis atrasos e iniciar precocemente os estímulos, é o que podemos fazer de melhor para que se desenvolvam bem. 

Outras podem até mesmo tem um vocabulário bom de palavras, mas se percebemos que elas não tem um fim de comunicação, que a interação social de alguma forma não parece o esperado para a sua idade, a avaliação dessa criança também é muito importante! 

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Com carinho, Dra Tati Lemos 

#pediatria #atrasodafala #linguagem #desenvolvimentoinfantil

Objetos transacionais do sono

Objetos transicionais de sono são  brinquedos, fraldas de pano, cobertores ou qualquer outra coisa que a criança agarra para ter segurança, principalmente na hora de dormir. 

Não é obrigatório que se tenha um, e isso varia com cada criança, família e cultura onde está inserida. Eles acalmam a criança e podem ajudar a que durma sozinha, são uma transição entre a dependência e a autossuficiência em relação à presença dos pais. Podemos lançar mão deles quando estão deixando a cama compartilhada, indo para o quarto em uma casa nova, quando um familiar está ausente e lhe faz muita falta, etc.

Devemos estar atentos:

  • para que sejam seguros. Bebês muito pequenos não devem ter como objetos transicionais fraldas ou cobertas que possam trazer risco de sufocamento. Atente também para objetos que possam se desprender e ser aspirados, como botões frouxos, olhos e nariz colados em ursinhos, etc. 
  • aos cuidados da higiene destes objetos. Existem casos onde a criança não aceita que se separe dele para lavar por exemplo, trazendo risco de contaminação e transmissão de doenças. 
  • Podem se tornar um problema se a criança não conseguir dormir sem ele. Fique atento e sempre reforce que o objeto é uma boa companhia, mas a criança não “depende” dele. 

Compartilho com vocês que eu tinha um “travesseiro” chamado “cheirinho”. Foi trocado algumas vezes ao longo dos anos. Desde pequena, não que tenha crescido tanto, eu dormia abraçada com ele… até casar! Casei e passou, coincidência ou sabedoria da vovó? kkkkkk

E na sua casa, as crianças usam também? Foi difícil se desfazer deles? Me conta!!

Telas na hora das refeições??

📲 A tecnologia tem tomado conta da maior parte das nossas atividades. Tem aplicativos pra tudo! E é comum encontrarmos crianças nos restaurantes e em casa que só comem se estiverem em frente às telinhas. Eu sei! Quem nunca ne gente 😰? Ainda mais nesse momento de isolamento social, reconhecemos que eles tem tido mais tempo diante das telas do que deviam.

⚠️ E falando nisso, você sabe quanto tempo é recomendado para cada idade?

🔔 A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial de Saúde orientam que até os dois aninhos eles ainda não tenham acesso às telas.

🔔 De 2 a 5 anos, ideal limitar o tempo em até 1 hora ao dia, sempre sob a supervisão de um adulto.

🔔 A partir daí evitar que tenham eletrônicos no quarto, sempre tenham acesso e acompanhe o conteúdo que acessam, e evitem pelo menos uma hora antes de dormir para não atrapalhar o sono.

📢 Mas o tempo de tela não é tão importante como a forma que usam, conteúdo que acessam, e o que deixam de fazer por estar sentados diante delas! É claro que durante a pandemia o período dos estudos on-line não conta nessas orientações, e a própria comunicação com familiares e amigos tem sido permitida justamente por conta dessa tecnologia.

⚠️ A exposição precoce ou demasiada tem trazido reflexos na saúde física e emocional dos pequenos e dos grandões (astenopia digital (vista cansada, ardendo), sedentarismo, obesidade, stress, maior isolamento dentro do isolamento).

Neste sentido, o uso das telas na hora das refeições também pode geral alguns prejuízos que devemos refletir:

– Reduz a interação da criança com os alimentos. Ela perde a oportunidade de desfrutar da refeição, perceber os alimentos, as cores, etc.

– A criança come mais do que precisa, pois não está prestando atenção no que come. Sei que muitos acabam usando esse recurso justamente para ganhar mais umas colheradas em cada refeição, mas esta relação estabelecida com a comida pode gerar problemas futuros.

– Reduzimos a grande oportunidade de conversar à mesa, aproveitar esse tempo em família para construir memórias incríveis com nossos filhos. Com carinho, Dra Tati Lemos

❤️ Enfim, comer é mais do que mastigar e engolir. É uma experiência sensorial e emocional também. Que a gente siga em frente buscando os melhores hábitos possíveis!

#refeicoes #introducaoalimentar #telas #tempodetela #sedentarismo #obesidade #alimentacaosaudavel

Disciplina

Você está realmente dando passos na direção de onde quer chegar? Suas atitudes são compatíveis com o que você deseja ser, fazer, construir, viver? A disciplina é uma ferramenta poderosa para alcançarmos o bom funcionamento das coisas, é um modo de agir que demonstra constância, e pode te fazer muito mais produtivo, e nos traz de volta ao rumo quando nos perdemos no caminho. 

Já falamos da rotina, e como a disciplina, são conceitos que tomaram uma pecha de ultrapassados e opostos ao prazer e à criatividade. Mas não é verdade!! Uma vida caótica, sempre e totalmente imprevisível, não planejada nem refletida, pode ser atrativa por alguns dias, mas não sustenta uma vida com propósitos. Vamos trazer um exemplo bem prático para hoje? 

Estamos na pandemia, ainda sendo necessárias medidas de distanciamento social, e uma queixa geral é o cansaço, redução da atividade física, e aumento de peso. Isso traz muitas consequências à nossa saúde física e mental. Mas não precisamos viver assim pra sempre! Sem dúvida, para deteriorar bons hábitos, ou para sustentar os maus, você não precisará de muito esforço. Facilmente a gente se acostuma em dormir e acordar tarde, deixar de se exercitar, trazer os “fast foods” para a mesa da família, e passar horas rolando telas das redes sociais consomem o nosso precioso tempo. Criar bons hábitos nos levam a um caminho bem mais duro ne?? Precisamos de uma motivação inicial, e ler este artigo hoje pode ser a sua!!!! Depois a gente começa, mas que difícil manter… 

Não precisa me responder aqui, mas quantas vezes você já recomeçou a dieta? Os devocionais? O controle das finanças, ou da língua? A organização das tarefas da semana, o estudo de um novo idioma ou instrumento? Eu sei, to na fila com vocês! Mas precisamos lembrar que leva tempo para instituir um novo hábito, já que o nosso cérebro divinamente criado, encontra e estabelece caminhos automáticos para chegar a lugares comuns do dia a dia sem consumir tanto da sua energia. Então sem perceber a gente abre um pacote de bolacha porque dá muito mais trabalho descascar uma manga! Rapidamente recaímos nas palavras que a gente estava se esforçando para não proferir. Nos entregamos ao cansaço físico e deixamos o exercício para o outro dia… e o outro dia chega trazendo mais uma “pá de cal” sobre nossos novos projetos. A disciplina é esta bússola que você pode consultar antes que seu barco se desgoverne novamente ao mover das marés. 

1 – Estabeleça pequenas metas. A frustração é um antídoto poderoso contra as motivações que nos trouxeram ao recomeço dos passos em direção aos bons hábitos. Então quando a gente coloca objetivos inatingíveis, não podemos celebrar as pequenas conquistas, e essa é outra dica importante! 

2- Reconheça seus próprios progressos. Celebre mesmo! Não espere o reconhecimento dos outros pelo quilo perdido, ou pela postura mais equilibrada, nem pela compra que você deixou de fazer porque entendia que não devia naquele momento! 

3- E não esqueça de que nem sempre as coisas vão sair como planejamos, então compreenda as limitações do momento, revista-se de força e resiliência, apresente seu coração a Deus, e siga em frente…

4- Precisamos entender há tem coisas que queremos muito fazer (falar, comer, comprar, vender, abraçar, afastar, etc…) mas não devemos, não podemos… essa propaganda de que o que importa é ser feliz sem medir as consequências dos seus atos é enganosa e mortal!!! Quando você entende onde quer chegar, sabe que as renúncias fazem sim parte deste processo. 

5- E ainda há outras coisas que você não que fazer, mas precisa (gastar menos, fazer melhores escolhas na sua dieta, se exercitar, perdoar, entre tantas outras…), se reconhece que as escolhas de hoje estão dando a direção do seu amanhã! 

Viva seu tempo com sabedoria, na busca de fazer o melhor possível a cada passo!!! 

Por aqui, sigo também na minha busca pessoal pela disciplina de viver o que acredito, e compartilho com vocês! Um beijo no seu coração! Tati Lemos.

Quando iniciar a educação financeira das crianças?

Se você nunca pensou nisto, ou não aplicou, leia este artigo até o fim e comece agora mesmo essa preciosa lição em sua casa. 

Respeitando as devidas proporções, no dia a dia da infância eles vivenciam experiências e vão criando modelos de comportamento que reproduzirão na idade adulta. Por isso ajudar nas tarefas domésticas desde cedo e aprender a lidar com o dinheiro, são coisas que não podemos omitir do “currículo” dos filhos. 

Inicialmente é importante que as crianças e os adolescentes conheçam a realidade da situação financeira da família. Eu sei, é difícil, e nosso desejo é protegê-los das preocupações e dos problemas da vida adulta enquanto não é sua responsabilidade resolvê-los. Mas ocultar momentos de crise financeira não é o melhor caminho. Ainda que de acordo com sua capacidade de compreensão, caberá a lição de economizar um pouco mais, evitar os supérfluos, compreender que uma festa ou passeio precisaram ser adiados para evitar gastos que não sejam indispensáveis, etc. 

Lembre-se de que não precisamos preparar uma aula de finanças para eles. Situações corriqueiras podem ser a oportunidade ideal para ensinar alguns conceitos importantes como desejo e necessidade. Nem todo o desejo pode e deve ser concedido imediatamente. Muitas crianças não toleram a frustração de não ter sua vontade atendida na hora, alimentadas por pais que não toleram a intolerância dos filhos… e a novela está pronta! Esse padrão de comportamento dos pais tende a criar filhos ingratos e que não valorizam as conquistas, pois tudo é muito fácil ao seu acesso. Por outro lado, as necessidades devem vir antes dos desejos, por exemplo nas compras ao supermercado. Leve uma listinha do que é necessário. Vez por outra, se tiverem condições para isto, podemos trazer algo fora do programado. Mas quando as contas estão justas, trazer somente o necessário naquela oportunidade vai dar a criança a noção de prioridades e ensina-la a esperar pelo momento onde os extras podem ser adquiridos. Isso traz paciência, gratidão no momento da conquista, e controle da impulsividade. 

Me lembro que pedia no mercado para a minha mãe: 

  • mãe, podemos levar um doce hoje? Algumas vezes ela dizia sim, outra vezes dizia que hoje não dá, só quando a mãe receber o salário… Quando cresci ela me contou que algumas dessas vezes ela tinha o dinheiro, mas queria me fazer aprender a esperar por uma próxima oportunidade… que lição! 

Se for possível dar ao seu filho uma pequena “mesada”, ele também poderá experimentar decidir onde usar seu dinheirinho, e muitas vezes repensam suas escolhas. Quando minha filha era pequena tinha um cofrinho. Às vezes quando a gente saía ela via um brinquedo, pedia para comprarmos, e quando dizíamos que usaríamos o dinheiro do cofrinho para cobrir o pagamento, ela mudava de idéia e dizia: acho que eu não quero tanto não mamãe!! Sim, pois a noção de que é preciso primeiro juntar para depois gastar os faz valorizar mais o valor que arrecadou e pensar bem onde vai gastá-lo. 

Enfim, no dia a dia surgirão oportunidades para você explicar a eles que não é simplesmente “colocar no cartão”, alguém precisa pagar a fatura né? E esse dinheiro vem do fruto do seu trabalho, é a benção de Deus para suprir as necessidades da sua casa!

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