Dormir não é perda de tempo. Embora crianças lutem contra ele para aproveitar o máximo do tempo para brincar, e os adultos o negligenciem tanto em favor do trabalho ou de entretenimento, este é um hábito que precisamos tornar mais saudável em todas as gerações.
A combinação do sono com os aparelhos eletrônicos e as telas pode ser muito prejudicial. Por isso a OMS e Sociedade Brasileira de Pediatria tem apresentado as orientações de tempo limite desta exposição para cada faixa etária.
Até os dois anos a recomendação é não exposição às telinhas! Parece utópico nos tempos de hoje quando muitos bebês já não fazem suas refeições se não estiverem hipnotizados por um desenho no celular. Mas vamos lembrar que a humanidade chegou até aqui sem essa tecnologia?
Até os cinco anos a orientação é de exposição de 1 hora por dia, sempre sob supervisão dos pais, e a partir desta idade, em torno de 2 horas ao dia, também sob supervisão dos pais.
No entanto por conta da pandemia, da ausência do convívio escolar das crianças e a necessidade do distanciamento social, houve um incremento do tempo de tela que as crianças e adolescentes estão expostos. Especialmente os em idade escolar que estão cumprindo as aulas em EAD estão conectados muitas horas do dia. Então, ainda que uma flexibilização nestes limites seja inevitável, também não podemos negligenciar os efeitos negativos deste contexto sobre o sono.
Primeiro, a luz emitida pela tela destes dispositivos inibe a liberação da melatonina, um hormônio responsável por avisar seu corpo que ele precisa dormir. O sono é indispensável ao bom equilíbrio das funções cerebrais, habilidades adquiridas, sedimentar os conhecimentos e aprendizados do dia, além de ter relação com a defesa imunológica de cada indivíduo. Para um bom ciclo de sono-vigília devemos manter a luminosidade natural do dia, e ao anoitecer, preservar o ambiente sem luz para iniciar o sono. A melatonina é naturalmente secretada ao escurecer, e infelizmente tem sido bloqueada por hábitos ruins de rotinas pré-sono, e buscada com frequência como alternativa medicamentosa buscando burlar os processos fisiológicos.
Depois, devemos lembrar que especialmente entre os pequenos, não há clara distinção entre o real e o virtual. Embora eles estejam com o corpinho parado, seu cérebro está excitado demais, inundado com uma imensa gama de estímulos visuais e sonoros, e isto vai impactar negativamente na qualidade do seu sono.
Um estudo recente com 900 crianças em idade pré-escolar feito pela EPM/Unifesp com crianças entre 4 e 6 anos demonstrou que o uso excessivo de mídias de tela aumentou o risco de sedentarismo, habilidades motoras mais pobres e redução das horas de sono. Essas crianças já tinham tempo de tela diário médio de 3 horas antes da pandemia, e esse número subiu para no mínimo 6 horas ao dia. Esse número era ainda maior em algumas famílias, e os impactos negativos proporcionalmente cada vez maiores.
Então, vamos refletir sobre a qualidade do nosso sono e fazer boas escolhas!
Usar andador de bebê faz mal? É uma pergunta muito frequente das famílias. Esse equipamento já é proibido em muitos lugares, e contraindicado no Brasil pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Vou te mostrar 4 razões importantes para você não usar mais o andador com seu bebê:
1 – Risco de acidentes. Sabia que 1 a 2 em cada 3 crianças que usam andador já sofreram acidentes com traumas graves? Quedas e queimaduras são as mais comuns. Caem do próprio andador quando o escalam, de degraus, mezaninos, escadarias, rampas, etc. Queimam-se no acesso a tomadas, fogão, superfícies ou líquidos quentes. Afogamentos também são frequentes quando as crianças tem acesso a baldes, banheiras, etc, e viram-se sobre estes lugares com o andador. Vários estudos já mostraram que cerca de 70% das crianças que sofreram traumatismos com andadores estavam sob a supervisão de um adulto.
2 – Atraso do desenvolvimento. A criança não está se desenvolvendo mais rápido porque “atravessa a sala no andador aos 8 meses”. Não se engane!!! Pelo contrário. Nesse momento em que ela precisava estar explorando os ambientes, se arrastando, fortalecendo a musculatura das pernas, tentando engatinhar e andar com apoio, ela está simplesmente suspensa em um equipamento que traz a ela uma velocidade que depois a frustra quando ela não atinge sozinha no chão. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
3 – Atrapalha o processo de aprender a caminhar, pois no andador a pisada não é natural. A criança apoia a ponta dos pés e se arrasta com a ajuda das rodinhas do equipamento, algo bem diferente do processo de andar, quando ela precisaria apoiar totalmente o seu pé no chão.
4 – Prejuízos nas articulações da bacia e membros inferiores e na coluna podem acontecer pelo uso do equipamento quando a criança ainda não sustenta a coluna com firmeza, e por não favorecer o mesmo fortalecimento da musculatura que o se arrastar, engatinhar e andar com apoio fornece.
Desta forma, os andadores de “empurrar”, semelhantes a um carrinho de compras, são menos prejudiciais mas exigem o uso sob vigilância contínua de um responsável, por conta dos tomos eventuais.
Entendo que você deseja o melhor para seu filho, e vê-lo “independente correndo” pela casa num brinquedo colorido parece ser uma boa opção. Mas saiba que um tapete de borracha e alguns brinquedos no chão são mais baratos, seguros, e uma melhor forma de estimular o desenvolvimento saudável do seu pequeno. Permita que ande apoiado a locais firmes como um sofá, caminhe com ele pela mão, e logo logo estará caminhando de verdade por aí. Confere num outro post aqui no blog onde explico quando é esperado que o bebê caminhe sozinho! Conhecer cada fase do seu desenvolvimento normal vai trazer segurança ao seu filho e ao seu coração.
Se ficou ainda alguma dúvida pode deixar aqui nos comentários, e compartilha essa informação com quem mais precisa saber.
Já percebeu que a palavra rotina carrega uma pecha de algo chato, monótono, castrador da criatividade e da liberdade? Não acredite nisso.
A verdade é que termos ou não rotinas na nossa vida, fará a diferença entre o caos e a produtividade. Mesmo as crianças precisam delas, e desde pequenas! Quando não as tem, é mais difícil organizarem o sono, refeições, rendimento escolar, etc. Sua rotina não precisa ser triste, ela pode ser alegre, dinâmica, conter o que você gosta de fazer, e ter espaço para momentos de solitude ou mesmo de não fazer nada!
Mas estabelecer hábitos, programar minimamente os seus dias, e organizar suas atividades será libertador! Como assim?Experimente!
Já de início você perceberá a necessidade de estabelecer prioridades práticas ao decidir o que vai fazer e o que vai precisar deixar de fora no seu dia. Esse por si já é um passo de maturidade!
Depois, perceberá que saber qual o próximo passo te economiza tempo, e essa é a moeda mais valiosa da vida. Seu cérebro automaticamente vai direcionar energia para produzir melhor, antecipar tarefas, e logo você vai ter necessidade de reestruturar uma nova rotina .
Não somos máquinas! Haverá dias mais difíceis, cansativos, ou momentos que simplesmente não alcançamos as metas! Desistir então? Porque? Assim como o sol todas as manhãs renasce, ainda que oculto pelas densas nuvens, recebemos todos os dias um novo dia de presente pra recomeçar!
Aproveita agora, e dê o start! .
Salmos 90:12 Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.
Que drama acompanhamos nos últimos dias. Eram 3:40h da manhã, perdi o sono pensando em como falhamos com nossas crianças! Ela tem 10 anos, e dentro de sua própria casa, onde deveria ser seu lugar de segurança e amor, onde deveria ter a oportunidade de construir memórias em família e fortalecer sua identidade ela foi violentada nos últimos anos! Por anos, e ela não está sozinha nessa tragédia!! Milhares de outras meninas vivem o inferno dentro de casa agora mesmo. Caladas, violadas no corpo e na alma… Na pandemia, sem a escola que é uma grande aliada na denúncia de suspeita de abuso em crianças, as estatísticas de denúncia de casos caiu, mas infelizmente entendemos que não foi pela redução da violência. Esse caso resultou ainda em uma gestação, descoberta apenas aos 5 meses de evolução por profissionais de saúde, quando procuraram um atendimento médico por dor abdominal… Como falhamos na proteção da infância. No primeiro ano da minha residência médica no HIJG eu atendi na emergência uma menina de 12 anos, com queixas urinárias, e quando levantei sua blusinha pra examinar, dei de cara com a barriguinha de uma gestante, com a “linha nigrans” bem evidente e o útero na altura do umbigo, uma gestação em torno de 20 semanas, nunca vou me esquecer dessa cena… lembro até hoje que sua mãe queria me “avançar” quando eu perguntei “se ela tinha um namorado?”, inexperiente, recém formada, tentando chegar na questão que me espantou: a mãe não percebeu a gestação da menina?? Não… ela não tinha percebido ainda… Como falhamos em proteger a infância!! Nesse pano de fundo de um drama nacional, disputa de opinião, de imagens exclusivas de uma vida totalmente exposta e desprotegida, segue foragido um tio, adulto, abusador, impune, como nós falhamos!!E a discussão gira então em torno do aborto. Ah gente, do fundo da minha alma eu reconheço, que drama! Posso entender que muitos desejem apagar imediatamente da vida dela o fruto do abuso. Imaginar uma menina de 10 anos gestante de um estupro, gritando dizendo que não quer mais a gestação como foi veiculado nos jornais, que tragédia! Mas nós somos os adultos aqui, deveríamos ser os maduros, quem dá a direção a ela. Ou vamos parar a quimioterapia porque ela não quer mais tratar (acompanhei a onco na residência e num estágio de 4meses em 2007, ainda escuto alguns pedindo para parar o tratamento…)? Ou vamos permitir que uma menina viva com seu avô abusador porque diz que se amam (relato de uma pequena de 8 anos abusada desde os 4 pelo tio avô, caso descoberto pela sífilis que ela adquiriu dele!). É claro que ela não desejaria seguir com nada que lhe trouxesse de volta ao caos da sua vida, agora que ela pode enxergar alguma saída. Porque falhamos com ela…
Mas a gente precisa se voltar para a punição do agressor, e falar sobre a responsabilidade de quem negligenciou sua segurança porque seus problemas não acabaram com o aborto. A gente precisa falar ainda que o aborto não apaga a violência que ela sofreu… não apaga!
Precisamos falar que dar sequencia à gestação aos 10 anos traz riscos sim, e um aborto nessa idade gestacional também, porque claramente ela não deveria gestar. Porque crianças não namoram, criança não é um adulto pequeno, a infância devia ser protegida. E nós falhamos com elas!
A gente precisa falar ainda que havia um bebê tão inocente quanto ela crescendo ali, sem voz… Ele também faz parte desse cenário. Também merecia proteção. Sendo autorizado por lei ou não, concordando ou não você com o aborto, a gente não pode minimizar a verdade de que havia um bebê ali. Um bebê se desenvolvendo, o mesmo “tipo de bebê” que a gente celebra nos ultra-sons, que se mexe, chupa o dedo, que já sente (ou só sente o bebê de uma gestação desejada?), era um bebê… Lutamos tanto para dar viabilidade a prematuros extremos, investimos milhões e cada vez surgem mais casos de sucesso em recém nascidos que há alguns anos não sobreviveriam, mas hoje superam os prognósticos. Mas “Segundo Morais, tudo começou às 17h de domingo, com a aplicação da medicação específica para provocar a inviabilidade fetal”, Revista Época, 17/08/2020. “Inviabilidade fetal”? Precisamos falar que induzimos um óbito feta!! Dói ne? Sim, porque é uma violência também
Precisamos falar que nossa sociedade recebe com pedras uma mulher que decide dar seu filho em adoção. Ei! É uma verdade, nem todas que geraram querem ser mães… muitas mulheres “ficaram com seus filhos” porque não tiveram acesso ao aborto, ou ele não foi bem sucedido. Outras entregam informalmente para avós, madrinhas, tias…
Precisamos falar que existem milhares de famílias nesse momento esperando a ligação do serviço de adoção dizendo que “seu bebê chegou”. Famílias em adoção que estão “gestantes” há anos, esperando a oportunidade de dar um lar e a proteção que essas crianças merecem e precisam tanto . Lembro de ter visto um evento programado ano passado para acolher e ajudar mulheres com uma gestação indesejada. Precisamos falar disso! Porque nem todas que entendem no aborto a única saída para sua gestação não planejada e não desejada são vítimas de estupro, ou tinham 10 anos e uma história tão trágica. Dar a oportunidade de que o bebê viva e seja acolhido em outra família não é “coisa de gente sem coração”. Precisamos falar sobre isso!
Conheço várias, várias histórias de mulheres que anos após entregar seus filhos em adoção foram atrás dessas crianças e puderam ressignificar sua história. Filhos que procuraram seus pais biológicos, tentando entender seu passado e muitas vezes reconhecendo na mãe que o entregou naquele momento, era uma mulher vulnerável, que não tinha condições de criá-lo, mas lhe permitiu a oportunidade de viver!
Também conheço muitas histórias de pessoas que nunca superaram ser abandonadas pela sua família biológica, e outras que nunca superaram ter feito um aborto no passado. Assim como muitos pais e filhos que vivem sobre o mesmo teto sem um relacionamento de verdade…
Enfim… não tem uma solução fácil para problemas tão, tão, tão complexos de nossa humanidade caída. Não gosto de discussões em redes sociais, de extremismos nem de violência nas palavras. Gosto de discutir argumentos e olhar nos olhos de quem estou conversando. Celebro a liberdade de você pensar diferente, e de poder expressar o que pensa. Leio, escuto, reflito, respeito. Mas enquanto eu tiver fôlego, defenderei a vida, por que ela importa… negra ou branca, no ventre ou num leito de um asilo de idosos, da concepção ao último suspiro… e o aborto não é a única opção. Sobre essas falhas do nosso sistema, e sobre as opções pela vida, precisamos falar.
E agir! Proteja seus filhos do abuso sexual, esteja atento aos sinais precoces de violência nas crianças ao seu redor, porque nós somos sua voz, e precisamos começar a acertar, por uma infância protegida! . Tati Lemos
Exerça a paciência, ela é uma virtude! Eu sei, somos diferentes. Nem todos somos naturalmente pacientes, mas nem por isso privados da oportunidade de exercer a paciência nos nossos dias, se a gente quiser… Experimente! Ela vai te livrar de atos e discursos impensados, vai te mostrar que nem tudo precisa de uma reação imediata, e que entender o tempo entre a semente e o fruto nos traz a certeza de que estamos no caminho certo, ainda que os olhos não possam ver os campos que esperam a colheita.
Qantas vezes a impulsividade já te colocou em apuros, você lembra?? Vamos com mais calma… No primeiro dia provavelmente vai ser mais difícil. A gente está precisando rever um pouquinho esse nosso relógio da vida. A paciência nos ajuda a contemplar melhor o que acontece dentro e fora do nosso coração, e dominar a ansiedade que consome a geração do imediato, do on-line, do fast tudo! Tem tanta coisa passado despercebido nessa pressa toda.
Já percebeu, entre nós ela muitas vezes já recebe a pecha de defeito! Fulano é “paciente demais”!!!! Será que a gente não precisa do que lhe está sobrando? Ela e outras palavras que precisamos inserir em nossos dias: a rotina e a disciplina, mas falaremos melhor delas em outra oportunidade (paciência! ).
E sim! Elas são virtudes. Se aplicadas com inteligência, equilíbrio, criatividade e alegria, não servem para engessar ninguém, mas nos ajudam a viver melhor o nosso tempo .
Ela cai bem do começo ao fim do seu dia. Ao lidar com o chefe, com os filhos, com os amigos. Ao responder à esposa ou ao telemarketing… Em todas as ocasiões, se bem dosada como um bom tempero, trará mais sabor aos seus dias.
Tiago 5:8 Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima.
A pandemia trouxe ainda mais dificuldades para muitas famílias na hora de dormir. Mas um sono de qualidade, reparador, é uma necessidade que continua indispensável para adultos e crianças.
Se dormirem pouco ou mal, especialmente as crianças ficam mais irritadas e agitadas, perdem rendimento escolar e também sofrem impactos na imunidade. A higiene do sono é uma série de comportamentos, condições do ambiente (como luz, ruidos, etc), e outros fatores relacionados ao sono que podem afetar seu início e manutenção, e compreender esses fatores pode ser a chave para resolver alguns problemas.
Segue algumas dicas para regularizar esse aspecto importante da rotina da sua casa.
– Mantenha uma rotina, com horários estabelecidos para dormir e acordar. Especialmente as crianças que estudam pela manhã, deveriam preferencialmente manter seus horários de aula mesmo na pandemia.
– Tenha persistência nas rotinas, especialmente quando já tinham problemas para dormir e estão estabelecendo novos padrões. Na maior parte das vezes não será um processo imediato.
– Coloque preferencialmente a criança sempre ainda acordada em sua cama ou berço. Lembre-se que o ritual de sono será repetido durante a noite quando houver os despertares noturnos, normais também na infância. Se as crianças precisam ser embaladas, dormem na cama dos pais, etc, vão precisar deste mesmo processo para reiniciar o sono sempre que acordarem, e ficam muito mais inseguras se acordam em um ambiente diferente de onde dormiram (ex, dorme no colo e é colocado na cama dormindo).
– As sonecas do dia são bem vindas até 5 anos e devem ser estimuladas, tendo o cuidado de evitar que aconteçam muito no entardecer, pois isso dificultará a manutenção das rotinas do horário do sono da noite.
– Estabeleça desde cedo as “rotinas do sono”. Aquela sequência de atividades que mostram para a criança que está chegando a hora de dormir. O banho é um excelente marcador inicial. Traz relaxamento e inicia o processo de “desaceleração” das crianças para a hora de dormir.
– Mudanças, doenças ou viagens podem alterar as rotinas do sono. Tudo bem. Com paciência retomamos a rotina habitual.
– O ideal seria pelo menos duas horas antes de dormir, desligar as telas (televisão, videogame, tablets, celulares, etc), pois eles promovem um estado de excitação cerebral. Atrapalham a conciliação do sono. Aqui há frequentemente um grande equívoco dos pais, que pensam ser adequado o uso destes recursos, pois as crianças ficam “quietinhas” para dormir vidradas nas programações. Mas não se engane. Ali é apenas um corpinho parado. Seu cérebro está sendo hiper estimulado, e será mais difícil dormir bem.
– Prefira momentos mais tranquilos e com menos estímulos à noite, como leitura, músicas mais tranquilas, massagem, conversar sobre como foi seu dia, etc.
– Evite alimentos ou medicações estimulantes próximo da hora de dormir, como chocolate, refrigerantes, chá mate ou cafeinados.
– Ao anoitecer, reduza a iluminação dos ambientes, especialmente evitando a luz branca. Evite luzes acesas no quarto. Elas inibem a secreção da melatonina. Um hormônio responsável pela indução do sono. Durante as sonecas do dia a iluminação pode permanecer natural, para que desde cedo eles estabeleçam a regulação do ciclo sono-vigília.
– Se precisar atender a criança durante a noite, use luz fraca, fale baixo e que seja breve, para evitar os estímulos.
– Mantenha a temperatura do quarto agradável, e seja sensível aos sinais de desconforto da criança quando colocamos roupa demais e a criança tem despertares muito suada, tira sempre as cobertas durante a noite. É frequente que os pais usem mais roupas ou cobertas a noite do que a criança precise ou deseja. Também estar atento às que preferem ficar mais agasalhadas.
– Alguns sinais para que você perceba se a quantidade de sono diária do seu filho é adequada, é quando a criança acorda sem dificuldades, sem sonolência excessiva durante o dia, e sem afetar seu humor e funções cognitivas como memória e atenção.
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Sobre superproteger e fragilizar… Recebo no consultório muitas crianças ansiosas, não dormem por dias se tem uma viagem anunciada, não conseguem esperar, não toleram perdas. Então seus pais e cuidadores, na intenção de “proteger” suas emoções, não contam nada sobre a viagem, apenas no dia anunciam a partida. Não levam no mercado se naquele dia não tem o dinheiro, esperam o próximo salário. As mais “sensíveis” são poupadas da notícia da morte de um peixinho, e antes que voltem da escola seus pais já substituíram o bichinho… Escondemos sua adoção, a morte, crises financeiras e familiares, ainda que já tenham idade para sabê-las. Pais vêm na consulta procurando então medicamentos para acalmarem sei filhos. Precisamos entender, medicações não substituem processos. Será que estamos verdadeiramente “protegendo” nossas crianças? Precisamos perceber a infância como uma fase de intensos aprendizados. Alimentamos sua ansiedade e insegurança quando eles entendem que escondemos deles as verdades da vida. As frustrações fazem parte deste processo. E não se preocupe em criar situações de frustrações para ensinar lições aos seus filhos, a vida já se encarrega disto. Basta a gente aproveitar a oportunidade. Esperar para comprar algo até que se tenha condições de pagar sem fazer uma dívida, pode sim proteger seu filho do consumismo e de armadilhas nas suas futuras finanças. Chorar a morte de um animalzinho de estimação pode ser uma excelente oportunidade de a gente demonstrar empatia sobre os sentimentos deles, e de perceberem que não vivemos para sempre… Fazer um calendário colorido, colocando um x em cada dia terminado até que chegue a tão sonhada viagem, vai lhes dar ferramentas para lidar com suas emoções, com a espera por tantas coisas que enfrentarão, como o dia do casamento, da formatura, das provas, etc. As vezes temo que nós adultos é que estamos “nos” protegendo. Do trabalho de impor limites, acalmar seu choro de birra quando não são atendidos… Nos escondemos nas fragilidades naturais deles, por conta da nossa dificuldade de enfrentar com eles suas dores. Alguns pais já sofreram tanto… não querem que seus filhos sofram também… Mas dores, eles as terão… E nós, também precisamos enfrentar as nossas, para viver e deixar que vivam! Aprender a lidar com ansiedade, frustrações e perdas também é coisa de criança. Brincando e vivendo experiências na infância eles vão entendendo como gira a roda do mundo, e serão mais habilidosos se a gente permitir que vivam o seu tempo!
É pra gente pensar… Fazemos tudo para proteger nossos filhos! Muitos não saem na rua há semanas por conta da pandemia da Covid-19 nem pra um solzinho (e fica o conselho: com toda segurança e todos os cuidados, leve sim seus filhos para uma boa dose de vitamina D, chutar bola, correr, gritar e pular um pouquinho. As crianças precisam disso, e seus pais também!!!) estacionaram a bicicleta, nem pensam na volta às aulas, fazem a higienização de tudo o que entra em casa e têm sido cuidadosos mantendo o distanciamento social. Algo errado nisto? Não! Mas quero chamar a atenção de vocês para a realidade de que a mente e o desenvolvimento de tantas crianças estão neste momento à mercê dos riscos do mundo digital. Os efeitos da exposição precoce, sem controle de tempo e supervisão dos seus pais, e a dependência virtual são uma realidade crescente também entre crianças e adolescentes. Antes dos dois anos a criança não precisa nem deve ter o acesso às telas. Parecem “tranquilos” diante do celular, mas é apenas o corpinho parado. A mente está inundada de hiper estimulação (excitação) imprópria para sua idade, e sentiremos em breve os impactos disso no sono, na agitação, etc. Até os 5 anos, limite de 1 hora por dia SEMPRE sob supervisão. Eles não tem maturidade nem condições psicológicas para acessar muitos conteúdos da internet. Cuidado!!! Eu sei, querem mais né? Querem cada vez mais tempo de tela para encher seus pequenos cérebros em desenvolvimento de dopamina (um neurotransmissor relacionado à sensação de bem estar e prazer), e a intensa frustração ou incapacidade de lidar com a hora de desligar as telas é um sinal de alerta para a dependência virtual. Acima disso, em média 2 horas, continuando a orientação e a supervisão. Saber com quem falam, quanto tempo passam nas redes e o que acessam e postam não é uma questão de privacidade, mas de segurança e é nossa responsabilidade. Estabeleça os limites, e proporcione opções criativas e saudáveis para o desenvolvimento dos seus pequenos. Aproveite seu dia e vivam seu tempo!
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