Telas na hora das refeições??

📲 A tecnologia tem tomado conta da maior parte das nossas atividades. Tem aplicativos pra tudo! E é comum encontrarmos crianças nos restaurantes e em casa que só comem se estiverem em frente às telinhas. Eu sei! Quem nunca ne gente 😰? Ainda mais nesse momento de isolamento social, reconhecemos que eles tem tido mais tempo diante das telas do que deviam.

⚠️ E falando nisso, você sabe quanto tempo é recomendado para cada idade?

🔔 A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial de Saúde orientam que até os dois aninhos eles ainda não tenham acesso às telas.

🔔 De 2 a 5 anos, ideal limitar o tempo em até 1 hora ao dia, sempre sob a supervisão de um adulto.

🔔 A partir daí evitar que tenham eletrônicos no quarto, sempre tenham acesso e acompanhe o conteúdo que acessam, e evitem pelo menos uma hora antes de dormir para não atrapalhar o sono.

📢 Mas o tempo de tela não é tão importante como a forma que usam, conteúdo que acessam, e o que deixam de fazer por estar sentados diante delas! É claro que durante a pandemia o período dos estudos on-line não conta nessas orientações, e a própria comunicação com familiares e amigos tem sido permitida justamente por conta dessa tecnologia.

⚠️ A exposição precoce ou demasiada tem trazido reflexos na saúde física e emocional dos pequenos e dos grandões (astenopia digital (vista cansada, ardendo), sedentarismo, obesidade, stress, maior isolamento dentro do isolamento).

Neste sentido, o uso das telas na hora das refeições também pode geral alguns prejuízos que devemos refletir:

– Reduz a interação da criança com os alimentos. Ela perde a oportunidade de desfrutar da refeição, perceber os alimentos, as cores, etc.

– A criança come mais do que precisa, pois não está prestando atenção no que come. Sei que muitos acabam usando esse recurso justamente para ganhar mais umas colheradas em cada refeição, mas esta relação estabelecida com a comida pode gerar problemas futuros.

– Reduzimos a grande oportunidade de conversar à mesa, aproveitar esse tempo em família para construir memórias incríveis com nossos filhos. Com carinho, Dra Tati Lemos

❤️ Enfim, comer é mais do que mastigar e engolir. É uma experiência sensorial e emocional também. Que a gente siga em frente buscando os melhores hábitos possíveis!

#refeicoes #introducaoalimentar #telas #tempodetela #sedentarismo #obesidade #alimentacaosaudavel

As telinhas e o sono das crianças

Dormir não é perda de tempo. Embora crianças lutem contra ele para aproveitar o máximo do tempo para brincar, e os adultos o negligenciem tanto em favor do trabalho ou de entretenimento, este é um hábito que precisamos tornar mais saudável em todas as gerações.  

A combinação do sono com os aparelhos eletrônicos e as telas pode ser muito prejudicial. Por isso a OMS e Sociedade Brasileira de Pediatria tem apresentado as orientações de tempo limite desta exposição para cada faixa etária. 

Até os dois anos a recomendação é não exposição às telinhas! Parece utópico nos tempos de hoje quando muitos bebês já não fazem suas refeições se não estiverem hipnotizados por um desenho no celular. Mas vamos lembrar que a humanidade chegou até aqui sem essa tecnologia? 

Até os cinco anos a orientação é de exposição de 1 hora por dia, sempre sob supervisão dos pais, e a partir desta idade, em torno de 2 horas ao dia, também sob supervisão dos pais. 

No entanto por conta da pandemia, da ausência do convívio escolar das crianças e a necessidade do distanciamento social, houve um incremento do tempo de tela que as crianças e adolescentes estão expostos. Especialmente os em idade escolar que estão cumprindo as aulas em EAD estão conectados muitas horas do dia. Então, ainda que uma flexibilização nestes limites seja inevitável, também não podemos negligenciar os efeitos negativos deste contexto sobre o sono. 

Primeiro, a luz emitida pela tela destes dispositivos inibe a liberação da melatonina, um hormônio responsável por avisar seu corpo que ele precisa dormir. O sono é indispensável ao bom equilíbrio das funções cerebrais, habilidades adquiridas, sedimentar os conhecimentos e aprendizados do dia, além de ter relação com a defesa imunológica de cada indivíduo. Para um bom ciclo de sono-vigília devemos manter a luminosidade natural do dia, e ao anoitecer, preservar o ambiente sem luz para iniciar o sono. A melatonina é naturalmente secretada ao escurecer, e infelizmente tem sido bloqueada por hábitos ruins de rotinas pré-sono, e buscada com frequência como alternativa medicamentosa buscando burlar os processos fisiológicos. 

Depois, devemos lembrar que especialmente entre os pequenos, não há clara distinção entre o real e o virtual. Embora eles estejam com o corpinho parado, seu cérebro está excitado demais, inundado com uma imensa gama de estímulos visuais e sonoros, e isto vai impactar negativamente na qualidade do seu sono. 

Um estudo recente com 900 crianças em idade pré-escolar feito pela EPM/Unifesp com crianças entre 4 e 6 anos demonstrou que o uso excessivo de mídias de tela aumentou o risco de sedentarismo, habilidades motoras mais pobres e redução das horas de sono. Essas crianças já tinham tempo de tela diário médio de 3 horas antes da pandemia, e esse número subiu para no mínimo 6 horas ao dia. Esse número era ainda maior em algumas famílias, e os impactos negativos proporcionalmente cada vez maiores. 

Então, vamos refletir sobre a qualidade do nosso sono e fazer boas escolhas!